Kunsthalle

Segundo dia em Hamburg, exausto de tanto caminhar no dia anterior, optei por um dia ‘light’, visitar a Kunsthalle. Achei que seria um museu como muitos outros que eu fui, que dá para olhar toda a coleção (meio por cima) em três horas, mas nada disso, fiquei mais de cinco horas dentro do museu.

A Kunsthalle é formada por dois museus, um com arte até o século 19 e o outro com arte atual. Na parte de arte “antiga” há ótimos pintores como Rembrandt, Tiepolo, Rubens, Caspar David Friedrich, Manet, Coubert, Monet, etc. Grande parte desses pintores, especialmente os franceses, eu já tinha visto bastante na frança, então a coleção deles não me impressionou muito. Mas os trabalhos de artistas alemães como o Caspar Friedrich foi realmente bom de ver, ele tem pinturas ótimas! Aqui nesse museu que está aquela famosa pintura de uma pessoa de costas olhando uma paisagem com neblina (Wanderer über dem Nebelmeer). A parte do museu com os expressionistas alemães também é ótima com diversos Kirchner e August Macke. Há no museu também uma sala de Munch!!

Depois de olhar toda a parte de arte “antiga”, fiz uma pequena pausa para o almoço no restaurante do museu (que dizem ser bem famoso), mas não achei as mil maravilhas o meu prato. Do restaurante tem se acesso ao museu de arte atual. A entrada já é espetacular, uma enorme linha da Jenny Holzer que segue toda a escada até o subsolo. Para quem não conhece o trabalho dela, ela usa panéis de LED onde passam diversas frases, algumas bastantes intimas sobre si própria, é muito legal!

No subsolo há três ou quatro trabalhos do Richard Serra, dois ele fez no próprio local. Há duas salas com trabalhos do Andy Wahrol, com algumas fotos muito boas. Também há trabalhos do Beuys, Bacon, Cy Twombly, Robert Morris, etc. Todos esses trabalhos são muito bons, e requerem um bom tanto de tempo para olha-los. Um trabalho que eu achei divertido, e que também foi feito no local, é uma máquina de gerar estalagitites e estalagimites (escrevi certo?). Ela recolhe água da chuva, passa por uma série de plantas para tornar a água rica em cálcio e depois há uma pingadeira. Na parte de cima já formou uns 15cm de estalagitite, na parte de baixo ainda não há quase nada. Fazem 10 anos que o trabalho está no local.

Subindo os três andares do museu, passei por outros vários trabalhos. Havia um grande trabalho do The Atlas Group, que estava na bienal de Porto Alegre com o vídeo do pôr-do-sol. Vi mais umas fotos da Candida Höfer, já tinha visto uma exposição dela em Barcelona, muito boas as fotos dela. Um trabalho que eu adorei foi o Gotham Handbook da Sophie Calle, ela pediu um texto para o Paul Auster (escritor) e disse que ia seguir o que estava escrito durante alguns dias. O texto é um guia de como se dar bem com as pessoas em NYC, ela segue a risco e documenta todo o processo. Muito legal!

Para acabar meu dia no museu, vi dois vídeos. Um da Rebecca Horn, onde ela corta o seu próprio cabelo, com uma certa cara de desespero, ótimo vídeo. O outro foi da Lenka Clayton, com o vídeo “Qaeda Quality Question Quickly Quickly Quiet”. No vídeo ela pega o discurso de 2002 que o Bush fez para o congresso (tem um nome esse discurso anual, mas não lembro) e organiza as palavras em ordem alfabética. É incrível a quantidade de vezes que ele fala terror, terrorism, etc.

Exausto do meu dia, passei na Hbf e comprei minha passagem para Berlin. Aproveitei para ficar um pouco na internet, que não tinha ninguém online, todos no carnaval (eta folga!). Acertei minha ida até München, dia 18 chego lá. E chega de escrever.

One thought on “Kunsthalle

  1. Não quero ser chato e nem nazista de gramática, mas como tu perguntou, a resposta certa é estalactite e estalagmite (para formações superiores e inferiores, respectivamente).

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